Cruzeiro Esporte Clube é uma associação polidesportiva brasileira, com sede em Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais. Fundado em 1921 com o nome de Sociedade Esportiva Palestra Itália, foi rebatizado para seu nome atual em 1942 - em referência ao Cruzeiro do Sul - por imposição do governo federal à época proibiu o uso no país de quaisquer símbolos de Alemanha, Itália e Japão, nações inimigas do Brasil no contexto da Segunda Guerra Mundial. O Cruzeiro Esporte Clube tem oficialmente a maior torcida de Minas Gerais e a 4ª maior da região sudeste. Em Minas Gerais, o clube rivaliza com o Clube Atlético Mineiro e no Brasil com outros gigantes, especialmente os grandes times gaúchos, cariocas e paulistas e possui um retrospecto de confrontos titânicos com seus rivais.
Reconhecido como um dos maiores clubes do futebol brasileiro e internacional, o Cruzeiro foi duas vezes vice-campeão mundial e tem no seu currículo continental dois títulos da Copa Libertadores da América, dois da Supercopa da Libertadores, um da Recopa Sul-Americana, um da Copa Ouro e um da Copa Master da Supercopa. No âmbito nacional, o time celeste detém duas conquistas no Campeonato Brasileiro (uma delas como Taça Brasil) e quatro da Copa do Brasil, além de ter sido em escala estadual 36 vezes campeão mineiro e as Copas Sul-Minas e Centro-Oeste em âmbito regional. Foi a primeira e única equipe brasileira a conquistar a tríplice coroa nacional, tendo vencido um campeonato estadual, uma Copa do Brasil e um Campeonato Brasileiro na temporada de 2003. Em um ranking entre clubes da América do Sul, a IFFHS elegeu o Cruzeiro como o melhor clube brasileiro do século XX.
É o clube mais popular de Minas Gerais e o sexto do Brasil.Seu maior rival é o Atlético Mineiro, com quem faz um dos maiores clássicos do futebol brasileiro. Em menor grau, há também rivalidade com o América. De acordo com a empresa BDO RCS Auditores Independentes, a marca do clube é a décima de maior valor no Brasil, aproximadamente 203 milhões de reais.
Início como Palestra Itália
O Cruzeiro foi fundado no dia 2 de janeiro de 1921, por desportistas da colônia italiana de Belo Horizonte, com o nome de Societá Sportiva Palestra Itália. As cores adotadas, como não poderia deixar de ser, foram as mesmas da bandeira italiana: verde, vermelho e branco. Na verdade a escolha do uniforme foi feita de acordo com as refinadas ideias do designer Arthur Lemmes, na própria capital mineira. Em 1922, o clube compra um terreno pertencente à prefeitura, onde hoje fica o Parque Esportivo do Cruzeiro. Em 23 de setembro de 1923, inaugura seu estádio, no Barro Preto, construído por jogadores e associados a maioria da colônia italiana de Belo Horizonte, composta em grande parte por operários de construção civil.
Palestra Itália |
Além de se caracterizar como uma equipe de descendentes de italianos, o Palestra também destacava-se por possuir elementos da classe trabalhadora da cidade. No corpo social do Palestra, prevaleciam homens da profissão de pedreiros, policiais, pintores, comerciários e marceneiros, que eram os filhos dos imigrantes que vieram construir a capital do estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, em 1894, e que herdaram de seus pais a mesma profissão.
O primeiro uniforme do clube foi composto por camisa verde, calção branco e meias vermelhas. O clube foi restrito apenas a participação de elementos da colônia até o ano de 1925, quando é retirada do estatuto do clube uma cláusula que impedia a inscrição de atletas e associados que não fossem de origem italiana. Isso abre as portas para colaboradores de qualquer origem.
Há uma confusão no que diz respeito a um clube existente na capital chamado Yale. Muitos imaginam que este deu origem ao Palestra e posteriormente ao Cruzeiro. O Yale também era um clube fundado por descendentes de italianos, que surgiu anos antes do Palestra. Mas, após uma crise, e com o crescimento do outro clube de imigrantes em Belo Horizonte, grande parte dos associados e jogadores do Yale migraram para o Palestra. O Yale foi dissolvido em 1925. Foram registrados até hoje apenas quatro jogos entre os clubes, são eles: Palestra 0 x 1 Yale (17 de Julho de 1921), Palestra 0 x 0 Yale (6 de Novembro de 1922), Palestra 0 x 0 Yale (7 de Maio de 1922) e Palestra 3 x 2 Yale (5 de Agosto de 1923). Todos os jogos válidos pelo Campeonato da Cidade.
A primeira conquista significativa oficial e reconhecida do Palestra é o tricampeonato mineiro entre 1928 e 1930, sendo os dois últimos de forma invicta. O crescimento do time na cidade força as outras grandes equipes da época a se organizarem e em 1933 criam a primeira liga profissional do estado, a Associação Mineira de Esportes.
Finalmente, em 1925, prevaleceu a vontade da maioria dos associados do clube que gostariam de ver o Palestra como um grande clube, com a extinção da cláusula dos estatutos que impedia a participação de atletas de outras nacionalidades. Outra modificação feita foi o aportuguesamento do nome do clube que passou a se chamar Sociedade Sportiva Palestra Italia. O primeiro jogador de outra nacionalidade que o clube recebeu foi Nereu, que era da colônia sírio-libanesa e jogava no Sírio Horizontino.
Em 1936, alguns dirigentes e ex-atletas lideraram um movimento de nacionalização do Palestra que levou o nome de Ala Renovadora. A intenção do grupo era mudar o nome do clube que já havia deixado de ser uma associação exclusiva da colônia italiana e por isso não havia mais sentido em se usar o nome Itália. A ideia sofreu resistências mas acabou ganhando aliados.
Em 30 de janeiro de 1942, em plena Segunda Guerra Mundial, o Presidente Getúlio Vargas, que já havia declarado guerra aos países do Eixo (Itália, Germany e Japão), através de um Decreto-Lei, determinou a proibição do uso de termos e denominações referentes as nações inimigas. A primeira partida após a publicação do Decreto-Lei era contra o Atlético-MG o dia 1 de fevereiro de 1942. O time entrou em campo com uma camisa azul e três listras brancas horizontais, sem escudo e sem nome. Somente em 4 de fevereiro de 1942 a diretoria adotou o nome provisório de Palestra Mineiro, em substituição à Societá Sportiva Palestra Itália, conforme determinação presidencial.
A necessidade de se transformar o clube numa entidade totalmente brasileira, e após a publicação de outro Decreto-Lei em 31 de agosto de 1942, foi concretizada em 2 de outubro de 1942, quando, numa reunião da diretoria, foi aprovada uma nova mudança no nome do clube para Ypiranga, em homenagem ao local onde teria sido proclamada a Independência do Brasil. No dia 7 de outubro de 1942, numa nova assembleia, que acabou com a renúncia do presidente Ennes Cyro Pony, foi aprovado o nome do clube que permanece até hoje: Cruzeiro Esporte Clube, uma homenagem ao símbolo maior da pátria, a constelação do Cruzeiro do Sul, e que foi sugerida pelo ex-presidente do clube Oswaldo Pinto Coelho. O time ainda utilizaria o nome Palestra durante todo o final de 1942, pois a burocracia da Federação de Futebol só aprovou os novos estatutos no início de 1943.
Construindo o futuro
Em seus primeiros anos de vida, o Cruzeiro conquistou o tricampeonato mineiro de 1943 a 1945 e reformou o seu estádio que passou a se chamar Juscelino Kubitschek, em homenagem ao então governador do estado. Constrói também uma arquibancada coberta e altera a posição do campo. A obra e as despesas com o plantel dão origem a uma crise financeira. Sem dinheiro, o clube perde seus principais jogadores. Em 1952, é obrigado a dispensar todo o quadro de profissionais e promove os juvenis. Passa a viver em um regime semi-amador.
Para saldar as finanças, a solução encontrada foi disputar amistosos pelo estado em troca de cachês. Mais do que dinheiro, o clube também conquista torcedores nas cidades do interior, tornando-se aos poucos o clube mais popular de Minas. A redenção vem com a construção de sua sede social no Barro Preto, que aumentou a arrecadação do clube. Com as contas sanadas, voltou a ser grande e formou o esquadrão tricampeão mineiro de 1959 a 1961.
Mineirão
O Mineirão é palco das grandes finais que um representante mineiro já conseguiu: Supercopa Libertadores (1991 e 1992) Copa do Brasil(1993, 1996, 2000 e 2003), Libertadores da América (1976 e 1997) e Campeonato Brasileiro (1966).
Mineirão a casa do Cruzeiro |
Com a inauguração do Mineirão em 1965, o futebol mineiro rompe sua característica provinciana com a inclusão de Minas Gerais nas competições nacionais.
O primeiro clássico de comemoração entre Atlético-MG e Cruzeiro no estádio do Mineirão foi pela final do mineiro de 1965. Este foi o primeiro clássico disputado no Mineirão e o primeiro depois da pancadaria no Independência. O jogo foi tenso, deste o princípio, com muitas jogadas violentas. O Cruzeiro dominava a partida e vencia por 1 a 0, quando Décio Teixeira cometeu pênalti em Wilson Almeida, que entrava na área para marcar o 2º gol, aos 34 minutos do segundo tempo. O Atlético-MG protestou alegando que a falta havia sido cometida sobre a risca da grande área, se esquecendo que a linha faz parte da mesma. Alguns jogadores do Atlético-MG agrediram o árbitro e entraram em atrito com policiais. Foram 30 minutos de paralisação e o árbitro relatou na súmula a expulsão de 9 jogadores. O Atlético abandonou o estádio antes do encerramento da partida. Assim, após o término, Tostão, ironicamente, lamentou que o jogo não tivesse sido reiniciado, pois seria o início de uma grande goleada. O Cruzeiro ficou com o título mineiro daquele ano, abrindo a Era Mineirão.
Nos primeiros anos do estádio, o time conquistou o pentacampeonato mineiro de 1965 a 1969 e o título da Taça Brasil de 1966 (quando o primeiro jogo das finais terminara em 6 x 2 numa final histórica contra o Santos de Pelé, cuja partida derradeira se deu em São Paulo com o placar de 3 a 2 de virada para o time azul).
A conquista da Taça Brasil de 1966
Cruzeiro 6 x 2 Santos , de Pelé |
Após 22 partidas pelo Campeonato Mineiro de 1965 e 6 pela Taça Brasil de 1966, em 30 de novembro de 1966, o Cruzeiro começava a escrever contra o Santos uma das páginas mais importantes de sua história, seu primeiro título nacional.
Cruzeiro campeão da Taça Brasil de 1966 |
Na primeira partida da final, no Mineirão, o Cruzeiro termina o primeiro tempo vencendo por inimagináveis 5 a 0. Os jogadores pareciam não acreditar que aquilo era verdade. No segundo tempo, o Santos esboçou uma reação fazendo dois gols, mas Dirceu Lopes marca mais um e a partida termina 6 a 2. No segundo jogo, no Pacaembu, em São Paulo, o Santos termina o primeiro tempo vencendo por 2 a 0. Todos acreditavam que a derrota humilhante do último jogo seria devolvida. A confiança era tanta que no intervalo da partida, dirigentes paulistas procuraram o presidente do Cruzeiro para marcar a terceira partida para o Maracanã. Isso foi como uma afronta aos cruzeirenses. O técnico Ayrton Moreira utilizou a atitude prepotente dos paulistas como estímulo aos seus jogadores. Na volta para o segundo tempo, Tostão ainda perdeu um pênalti. Mas se redime ao marcar de falta aos 18 minutos. Dez minutos depois, Dirceu Lopes empata. Aos 44, Natal dá o golpe de misericórdia. A equipe de jovens garotos vence o melhor time do mundo na época, e torna-se campeã da Taça Brasil.
A conquista foi de tamanha repercussão que, no ano seguinte, o Torneio Rio-São Paulo teve que abrigar clubes de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, criando o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o "Robertão", embrião do atual Campeonato Brasileiro. Ainda em 1967, devido à Taça Libertadores da América, o Cruzeiro disputa sua primeira partida oficial no exterior, contra o Deportivo Galicia, da Venezuela, em Caracas, vencendo por 1 a 0.
Nesse período, surgem os primeiros grandes ídolos do clube: Tostão, Dirceu Lopes, Piazza e Raul Plassmann. Em 1966, Tostão foi o primeiro jogador de um clube mineiro a disputar uma Copa do Mundo. Em 1970, quatro jogadores conquistam o Tri pela Seleção: Tostão, Piazza, Fontana e Brito (ex-Vasco da Gama).
O título da Taça Brasil de 1966 rendeu ao Cruzeiro o reconhecimento de ser o primeiro clube mineiro a ganhar um campeonato brasileiro, já que em dezembro de 2010 a Confederação Brasileira de Futebol homologara a conquista para o clube como Campeão Brasileiro de futebol, e, juntando-se à conquista do campeonato de 2003, atualmente é bicampeão brasileiro, confirmando mais uma vez a hegemonia frente ao rival regional.
Década de 70
Nos Campeonatos Brasileiros, em 1974 foi vice pela primeira vez, perdendo em uma decisão muito confusa contra o Vasco da Gama, e em 1975 foi novamente vice após perder para o Internacional.
Na Taça Libertadores da América de 1976, o Cruzeiro conquistou seu primeiro título na competição, sobre o River Plate da Argentina. Na primeira da final, no Mineirão, vitória por 4 a 1. Na partida seguinte, no Estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, derrota por 2 a 1. Durante a campanha, acontece uma partida que é considerada como o melhor jogo da história do Mineirão, a vitória do Cruzeiro por 5 a 4 em cima dos então campeões brasileiros, o Internacional.
Cruzeiro campeão da Copa Libertadores de 1976 |
O regulamento previa uma terceira partida em campo neutro. Esta foi realizada no Estádio Nacional de Santiago, no Chile, onde a Seleção Brasileira havia sido bicampeã do mundo em 1962. O Cruzeiro faz dois gols ainda no primeiro tempo. Mas com a ajuda da arbitragem e da tradicional catimba argentina, o River empata. Aos 44 minutos do segundo tempo, falta na entrada da área e Nelinho, prepara-se para cobrar. Enquanto ele se vira para trás para correr e ganhar força no chute, Joãozinho é mais rápido e bate colocado no ângulo, sem chances para o goleiro argentino. O Cruzeiro faz 3 a 2 e é campeão da América.
Ainda em 1976, o clube é derrotado na Copa Intercontinental, pelo Bayern de Munique, da Alemanha, que contava com jogadores como Gerd Müller, Franz Beckenbauer, Karl-Heinz Rummeniegee Sepp Mayer, que eram a base da então seleção campeã do mundo em 1974. Em 1977, o Cruzeiro chega novamente à final da Libertadores, mas dessa vez é derrotado nos pênaltis pelo Boca Juniors, da Argentina. O Cruzeiro foi derrotado por 1 a 0 em Buenos Aires, venceu pelo mesmo placar em Belo Horizonte e o terceiro jogo em Montevidéu terminou empatado sem gols. Na disputa de pênaltis, o time argentino venceria por 5 a 4 e conquistaria aquele que seria seu primeiro de um total atual (até 2011) de seis conquistas na competição.
Nos anos 1970, para evitar o déficit financeiro causado pela disputa do Campeonato Mineiro, o clube partiu para amistosos no exterior em troca de cachês em dólar. O dinheiro foi suficiente para manter os craques e conquistar o tetracampeonato estadual de 1972 a 1975. Em 1977 chega ao décimo título mineiro na "Era Mineirão", em 13 disputados.
Década de 80 e o período de vacas magras
Os esforços da década anterior não foram suficientes para evitar a crise financeira que acompanharia o clube nos anos 1980. O Cruzeiro amargou um período de maus resultados no Campeonato Brasileiro e a conquista de apenas dois estaduais, em 1984 e 1987. A nova redenção veio a partir das vendas de jogadores para o futebol estrangeiro e das cotas de transmissão de jogos, que passaram a ser pagas pelas emissoras de televisão, a partir da Copa União, em 1987.
Série de títulos nas décadas de 1990 e 2000
Cruzeiro tetracampeão da Copa do Brasil |
A década de 1980 não foi muito positiva para o clube, conquistando apenas dois campeonatos estaduais (1984 e 1987), além de fracas campanhas no Campeonato Brasileiro.
Cruzeiro bi-Campeão da Libertadores |
No entanto, na década de 1990 o Cruzeiro iniciou uma impressionante sequência de 15 anos ganhando pelo menos um título por ano. Foram duas Supercopas da Libertadores (1991 e 1992), uma Recopa Sul-Americana (1998), quatro Copas do Brasil (1993, 1996, 2000 e 2003), uma Copa Ouro (1995), uma Copa Master da Supercopa (1995), duas Copas Sul-Minas (2001, 2002), oito Campeonatos Mineiros (1990, 1992, 1994, 1996, 1997, 1998, 2003, 2004) uma Copa Centro-Oeste (1999), duas Copa dos Campeões Mineiros (1991 e 1999), um Supercampeonato Mineiro (2002), além da segunda Taça Libertadores da América (1997) e do Campeonato Brasileiro de 2003, o primeiro disputado por pontos corridos, em turno e returno. A sequência de títulos foi interrompida em 2005, mas no ano seguinte o clube já voltou a vencer o campeonato estadual, conquista essa que se repetiu em 2008 e 2009.
Cruzeiro Campeão Brasileiro de 2003 |
Nesse período a torcida cruzeirense ganhou mais alguns ídolos, entre eles Charles, Boiadeiro, Douglas, Ademir, Renato Gaúcho, Roberto Gaúcho, Ronaldo, Nonato, Dida, Ricardinho, Marcelo Ramos, Fábio Júnior, Alex Alves, Cris, Sorín, Fred, Alex e Ramires, além de ter contratado o penta campeão Rivaldo que só jogou metade do 1° semestre de 2004, sem grandes sucessos, mas mesmo assim foi campeão mineiro em 2004.
A maior façanha da década de 2000, aconteceu em 2003, quando o Cruzeiro, sob o comando do respeitado técnico Vanderlei Luxemburgo, e comandado pelo craque Alex e seus companheiros, conquistou o inédito título no Brasil da "Tríplice Coroa", que significa a conquista do Campeonato Estadual, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. Nesse ano, o time fez uma campanha nunca antes vista no Campeonato Brasileiro: marcou mais de cem gols e conquistou, com quatro rodadas de antecedência, a primeira edição de pontos corridos do Campeonato Brasileiro, cujo título cabe ao time que fizer mais pontos durante a competição.
O ano de 2004 foi decepcionante e ao mesmo tempo marcante pois nessa temporada o Cruzeiro alcançou um feito inédito no Brasil, que foi ganhar pelo menos um título por temporada durante 15 anos (1990 a 2004). Antes disto só haviam feito esse recorde times europeus como Real Madrid e Manchester United. Essa seqüência foi quebrada no ano de 2005 quando o Cruzeiro perdeu a final do Campeonato Mineiro pelo inacreditável Ipatinga. Depois disto de fato o Cruzeiro não teve grandes marcas conquistando só apenas três mineiros (2006, 2008 e 2009).
Atlético MG 0 x 5 Cruzeiro , Final do Campeonato Mineiro de 2008 |
Cruzeiro 5 x 0 Atlético MG , final do Campeonato Mineiro 2009 |
Os Campeonatos Mineiros de 2008 e 2009 foram marcantes, porque o Cruzeiro duas vezes bateu seu maior rival nas finais por impressionantes 5 a 0. Na mesma temporada de 2009 o Cruzeiro chegou na final da Libertadores contra o Estudiantes, o mesmo adversário que tinha enfrentado na fase de grupos. Na primeira partida final, um empate em 0 a 0 que deixou o Cruzeiro muito próximo do tricampeonato, mas no jogo de volta no Mineirão com 64.800 pessoas, o Cruzeiro perderia para o Estudiantes depois de ter feito 1 a 0, ao final do jogo, 2 a 1 de virada para o Estudiantes e fim do sonho do tricampeonato e do sonho de ser campeão mundial (pela Copa do Mundo de Clubes da FIFA), visto que o clube havia disputado por duas vezes a antiga Copa Intercontinental (ao conquistar a Libertadores, em 76 e 97) mas perdeu em ambas as ocasiões, em que enfrentou clubes alemães: em 1976 o Bayern de Munique e em 1997 o Borussia Dortmund.
O Dia do Cruzeiro e o Dia do Cruzeirense
Em 14 de julho de 2008 foi sancionada a Lei nº 9.590/2008 pelo então prefeito de Belo Horizonte, Fernando Damata Pimentel, que instituiu "O Dia do Cruzeiro e o Dia do Cruzeirense", comemorado anualmente o dia internacional no dia 2 de janeiro. A lei foi resultado do Projeto de Lei nº 1.594/2008de autoria do vereador Alberto Rodrigues.
Década de 2010
Na temporada de 2010 o Cruzeiro foi regular terminou o Mineiro na 3° colocação, foi até às quartas-de-final da libertadores e foi vice-campeão brasileiro. Mas neste mesmo ano o Cruzeiro foi reconhecido oficialmente pela CBF como bicampeão brasileiro, por ter conquistado a Taça Brasil de Futebol de 1966.
Cruzeiro 5 x 0 Estudiantes de La Plata , Copa Libertadores de 2011 |
Em 2011, o time celeste tem um começo de temporada impressionante, se destacando não só no cenário nacional como também internacional, tendo sido chamado pelo treinador uruguaio Diego Aguirre (que comandou o time do Peñarol nesta edição e foi vice-campeão do torneio) de "Barcelona das Américas", devido ao seu estilo de jogo que se parecia com o do clube catalão: qualidade no toque de bola, volume de jogo e principalmente, a formação que não tinha um centroavante fixo. Com esse estilo de jogar, o Cruzeiro fez sua estreia na Copa Libertadores da América contra o Estudiantes, time que desbancou o Cruzeiro na final da Libertadores de 2009, na Arena do Jacaré, e aplicou uma goleada de 5 a 0 no time argentino, com uma atuação praticamente impecável de todo o elenco, se vingando com estilo da perda do título de 2009 e colocando o Cruzeiro já como favorito à conquista do torneio. Na sequência da competição, o time derrotou o Guaraní do Paraguai em casa por 4 a 0, empatou fora com o Deportes Tolima da Colômbia por 0 a 0 (com o goleiro Fábio, ídolo da torcida celeste, defendendo um pênalti e evitando a derrota), construiu mais um resultado de expressão contra o Tolima em casa, por 6 a 1, derrotou o Guaraní fora por 2 a 0 e surpreendeu no último jogo da fase de grupos, jogando contra o Estudiantes fora de casa, jogo que era temido que o Cruzeiro não conseguisse a vitória, mas o time surpreendeu a todos com um placar de 3 a 0, mais uma vez com uma ótima atuação da equipe, consolidando a supremacia da equipe celeste na 1ª fase e selando a classificação às oitavas-de-final como melhor 1º colocado da fase de grupos, com uma campanha arrasadora e que colocava o time como favorito absoluto à conquista do torneio.
Cruzeiro Campeão Mineiro 2011 |
Mesmo priorizando a Libertadores, o Cruzeiro conseguiu, ao mesmo tempo, manter o bom aproveitamento também no Campeonato Mineiro, terminando a 1ª fase da competição em 1º, com um ótimo aproveitamento e saldo de gols.
Na sequência da Libertadores, o Cruzeiro enfrenta o Once Caldas da Colômbia, pior 2º colocado da fase de grupos, com a 1ª partida sendo disputada fora de casa. Mesmo com as adversidades e desfalques, o Cruzeiro conseguiu a vitória de 2 a 1, sofrendo um gol no final do jogo. O resultado, apesar de não ter sido um placar elástico que deixasse o time e a torcida mais tranquila para o jogo de volta, já dava o Cruzeiro como praticamente classificado para as quartas-de-final da competição.
Com a classificação do Santos, para as quartas, que seria o adversário do Cruzeiro caso a equipe conseguisse avançar à tal fase da competição, o assunto deixou de ser o jogo de volta, que para muitos já era tido como ganho, e passou a ser a partida entre Cruzeiro e Santos, que era tida como uma das mais esperadas do ano, por serem considerados os dois melhores times da competição. Mas no dia do jogo de volta, o time que encantou a América foi surpreendido dentro de casa, e de uma forma que, até hoje, muitos ainda lamentam. A derrota para o Once Caldas por 2 a 0 dentro de casa, depois de uma exibição pífia da equipe dentro de campo, encerrou, de forma inesperada, a participação do Cruzeiro na competição.
Cruzeiro 6 x 1 Atlético-MG |
Ainda sem se recuperar do baque da eliminação da Libertadores, o time entra em campo, 4 dias depois, para a disputa do jogo de ida da final do Campeonato Mineiro de 2011, e ainda por cima contra o arquirrival Atlético. Visivelmente abatido pela eliminação, o time sofreu derrota por 2 a 1 para o rival, o que deixou alguns torcedores já desconfiados da conquista do título, apesar do time precisar apenas de uma vitória simples no jogo de volta, o que o time havia apresentado estaria longe de conseguir a vitória.
Passada uma semana, era o dia do jogo de volta, a decisão do título. E a equipe mostrou superação dentro de campo, vencendo o rival por 2 a 0 e, assim, conquistando o título, apagando a tristeza da eliminação e ganhando confiança para a disputa do Campeonato Brasileiro.
Porém, na disputa do torneio nacional, a equipe decepcionou. Passou boa parte do campeonato fugindo da zona de rebaixamento, que só não ocorreu porque na última partida, o Cruzeiro enfrentou o arquirrival Atlético-MG e aplicou a segunda maior goleada da história do clássico: 6 a 1.
Cruzeiro goleia o Atlético Mineiro e garante sua permanência na 1ª divisão do Campeonato Brasileiro |
Torcida
Cruzeiro é o maior de Minas |
O clube possui cerca de 8,5 milhões de torcedores espalhados pelo país, o que representa aproximadamente 4,5% da população nacional. É a primeira torcida no Brasil fora do eixo Rio-São Paulo. No estado de Minas Gerais, é o clube mais popular, ou seja, o clube de maior torcida no estado (na Região Metropolitana de BH, e no interior).A torcida do Cruzeiro também é conhecida como Nação Azul ou China Azul devido à sua imensidão e ao grande crescimento nas últimas décadas. Curiosamente, este apelido foi dado pelo escritor atleticano Roberto Drumond, que reconhecera insofismavelmente em um de seus artigos, o crescimento incessante e a previsão da hegemonia da torcida cruzeirense em BH, Minas Gerais e no Brasil. Tal previsão está sendo comprovada nos dias de hoje quando todas as pesquisas dos mais sérios institutos de pesquisas como Ibope, Datafolha e Vox Populi dentre outros, apontam para quase o dobro da torcida azul frente ao rival Atlético Mineiro.
Em 26 de março de 1931, o jornal Estado de Minas publicou resultado parcial de uma enquete (os votos eram depositados em urnas) que ajuda a compreender o porte das torcidas de Belo Horizonte naquela época. Computados mais de 800 votos, os resultados apontavam: Atlético, 46,2%; Cruzeiro (na época ainda denominado Palestra), 35,9%; e América, 10,8%.
Na edição de 31 de dezembro de 1971, a revista Placar publicou pesquisa feita, em Belo Horizonte, pelo Instituto Gallup. O resultado já indicava uma tendência de inversão na ordem das maiores torcidas da cidade: Atlético, 43%; Cruzeiro, 42%; e América, 5%. Na faixa entre 10 e 17 anos, o Cruzeiro já liderava com 46% contra 44% do rival Atlético. .
Em 10 de dezembro de 2004 em outra pesquisa de opinião, publicada pelo jornal Estado de Minas, a torcida do Cruzeiro também apareceu como a maior de Belo Horizonte, com 48% de preferência entre os belorizontinos. De acordo com o Ibope, em 1998, 26% dos mineiros torciam para o Cruzeiro, e 16% para o Atlético. Em 2004, 32,8% dos mineiros torciam para o Cruzeiro, e 16,9% para o Atlético. De acordo com uma pesquisa feita pela Datafolha em 2009, 31% dos Mineiros torcem para o Cruzeiro, e apenas 15% para o Atlético.
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